quarta-feira, 12 de junho de 2013

Filhote de Barrabás - 2

Café fica horrorizado ao perceber a facilidade com que sua pele estava se soltando. Quando chegou ao tornozelo, lembrou de como debochava de Gracindo, seu irmão, sempre que voltavam das viagens à sombria prainha onde seus pais mantinham um modestíssimo chalé. Sempre que havia sol, Gracindo, dono de uma tez muito branca, se tornava um verdadeiro pimentão, enquanto a pele parda de Café sequer ardia. Assim que o irmão começava a descascar, Tenório sempre o comparava a uma Cotiara, serpente da região, na troca de peles. Apesar da preocupação com sua cútis, a lembrança o fez soltar um riso gostoso, que foi um misto de nostalgia e saudade.

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